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Review | Castle Rock S01E09 - "Henry Deaver"


Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do nono episódio, S01E09 – “Henry Deaver", da primeira temporada de Castle Rock.

Ahhh, então existem outros mundos além destes. Para fanfics de Stranger Things, não, não foi ST que criou o tal do "mundo invertido", talvez o tenha nomeado assim e dado voz a coisa, mas esta também é a linha de The Dark Tower: The Gunslinger (A Torre Negra: O Pistoleiro), de Stephen King, não é pronunciada em voz alta no penúltimo episódio de Castle Rock, mas é a base de tudo o que vemos.

A série já declarou que a "A voz de Deus" que o pai de Henry diz que ouve na floresta é o som da junção de múltiplos universos. Agora temos um episódio focado em um desses mundos alternativos. Finalmente descobrimos o nome real de The Kid interpretado por Bill Skarsgård: Henry Matthew Deaver. Mas ele e o personagem interpretado por André Holland não são iguais, apesar de compartilharem o nome. Eles realmente não compartilham do mesmo universo, ou ao menos não deveriam.

Skarsgård passou décadas preso em uma caixa de água abandonada da penitenciária de Shawshank, mas ele não envelheceu nada. Isso porque ele é um homem de outro tempo, outro lugar. Seu corpo não faz parte da cronologia do lugar em que ele está vivendo agora. O mesmo aconteceu com a jovem versão de Henry Deaver, de Holland, interpretada por Caleel Harris. Em algum momento, enquanto explorava a mata e procurava a Voz de Deus que seu pai adotivo descreveu, o menino acabou em outro mundo, um em que o Reverendo Deaver e sua esposa Ruth nunca perderam seu filho biológico.

Aquela criança se transformou em Henry Deaver, de Skarsgård, um médico pesquisando a cura do Alzheimer. Sua mãe ainda está sofrendo com isso, mas ela levou uma vida diferente do que a Ruth que conhecemos da linha do tempo original de Castle Rock. Esta outra Ruth deixou seu marido abusivo e levou seu filho para morar com ela e Alan Pangborn. Eles tiveram uma vida feliz e criaram um filho feliz, que descobre que pode ser pai em breve.

Ele é chamado de volta por uma ligação de Pangborn. Seu pai cometeu suicídio, no lago, assim como Lacy na outra linha temporal. E assim como Lacy, o Reverendo Deaver tem um prisioneiro no porão - a criança Henry, o adotado Henry, interpretado por Harris. Aqui é onde a história se torna uma espécie de loop - ou uma roda, em termos de A Torre Negra. O Henry jovem foi arrastado de volta no tempo, desembarcando em algum momento depois de 1991, quando Henry Skarsgård deixaria Castle Rock com sua mãe e Alan Pangborn.

Há fitas cassete de áudio do Reverendo Deaver descrevendo suas experiências com o menino, que apareceu do nada, alegando ser seu filho adotivo. O garoto sabia detalhes específicos sobre a família e a casa, mas o reverendo chegou a acreditar que ele era um enganador, uma fonte de mal manifestada pela cidade e seu lugar amaldiçoado.

Então ele prende a criança no porão, e o episódio começa com a narração do reverendo que espelha uma carta que o diretor Lacy escreveu para o xerife Pangborn na outra linha temporal. "Deixe-me ficar de pé em frente à porta, eu disse a ele, mas Deus, ele não aceita o pedido. Eu esperei por anos por instruções. Então um dia, um dia terrível, Deus respondeu".

Quando Henry Skarsgård volta para a antiga casa de seu pai, ele encontra o menino e imediatamente chama a polícia. Dennis Zalewski, que na outra linha temporal era policial de Shawshank, mas aqui é um oficial da polícia de rua de Castle Rock, é uma das pessoas que responde ao chamado.

Henry Skarsgård também se reconectou com Molly Strand, que é uma funcionária da cidade nesta linha temporal e está se saindo muito bem. Na verdade, Castle Rock em si parece ser bem mais próspera também. Nesta versão dos acontecimentos, a irmã mandona de Molly é a ovelha negra, tendo destruído seu casamento com um caso, só para acabar no sofá da irmã. Molly é quem Henry Skarsgård confia quando encontra as fitas de seu pai, refletindo sobre vários desastres locais como um ônibus escolar esmagado por um trem e um helicóptero que caiu na praça da cidade. Nesses dois acidentes precisamos levantar e aplaudir a equipe de efeitos visuais, o fogo e a fumaça, bem como helicóptero e ônibus foram muito bem construídos digitalmente. 

Todas essas fitas foram feitas há muito tempo, no entanto, e elas fazem referência ao garoto no porão, embora ele não pudesse ter mais de 12 anos. Acontece que Henry Harris também não envelheceu, seguindo as mesmas regras que se aplicam a Henry Skarsgård no outro mundo.

"Eu posso descobrir onde eles o levaram", diz Molly, mas quando chegam à instalação de bem-estar infantil, eles o encontram em chamas. Sete estão mortos, dez desaparecidos. Eles acham que o garoto fez isso e querem mantê-lo preso. Molly fala para a polícia dar a custódia do garoto para ela e Henry Skarsgård porque depois de tanto tempo preso isso seria desumano. Zalewski vai segui-los e ficar de guarda do lado de fora, mas na volta para casa, Molly entra na floresta.

O menino quer ir em direção ao Schisma, então ela vai ajudá-lo. Uma vez que eles estão na floresta, o garoto para. Ele tem uma visão. Luz do dia, e uma jovem de pé em trajes coloniais, segurando um facão ensanguentado. Nas gravações do Reverendo Deaver, ele traça os problemas de Castle Rock, onde em um deles um grupo de colonos franceses congelaram até a morte, todos, exceto a garota que sobreviveu alimentando-se de seus corpos. Aqui ela está no Schisma, que Molly pode ver quando toca em Henry Harris. Enquanto isso, Henry Skarsgård e Zalewski estão tentando acompanhá-los. Molly e Henry Harris estão tendo outras visões de pessoas de diferentes épocas e lugares da história de Castle Rock.

Zalewski dispara um tiro de advertência no ar, mas de alguma forma uma bala também passa pela barriga de Molly. Ela cai nas folhas e morre, cumprindo o que Henry Skarsgård lhe contou no final do episódio episódio anterior sobre saber o lugar onde ela morreu.

Enquanto Zalewski atende a Molly mortalmente ferida, Henry Skarsgård persegue Henry Harris até que ele também possa ver o Schisma. Então ele se encontra no mesmo local, mas em uma paisagem de neve. Na beira do lago, ele vê Henry Harris de pé no gelo, com Alan Pangborn chamando por ele. O garoto está desaparecido há seis dias neste mundo, embora ele tenha ficado preso no outro por anos. É 1991, mas o episódio termina nos dias atuais, após os 27 anos de prisão de Henry Skarsgård.

Ele está de pé no quarto de infância de Molly, como ele estava no final do episódio anterior, quando disse a Molly onde ela morreu. "Eu vaguei por dias, tentando voltar. Eu não consegui", diz ele. "Então Lacy me encontrou. Me levou para Shawshank. Disse que ele ouviu o chamado. Disse que eu era o diabo." Ele olha para ela. "Você acredita em mim, não é?"

Ainda há muito a ser explicado, mas uma coisa é clara - essa é uma maneira inteligente dos escritores explicarem sua própria presença no universo King. Ele é Deus e sua voz dita as histórias. Mas existem muitos mundos ligados a ele e aqueles que ele ofereceu aos criadores e escritores de Castle Rock como diversão para a criação da série. 

Texto veiculado aqui e em The Handmaid's Tale Brasil. Então, você percebeu algo que não está esclarecido aqui nessa review? Tem algo a acrescentar? Comente abaixo sua opinião sobre o episódio.